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O dólar americano e os próximos relatórios dos EUA estarão no centro das atenções do mercado. No entanto, desta vez, eventos relevantes também ocorrem na União Europeia e no Reino Unido. Em condições normais, o mercado negocia essencialmente o dólar, enquanto o euro e a libra permanecem como meros espectadores. Agora, porém, há acontecimentos importantes em todas as frentes.
O Federal Reserve cortou a taxa de juros três vezes no final de 2025, mas a demanda pela moeda americana enfraqueceu apenas de forma limitada. Na minha avaliação, o mercado ainda não assimilou plenamente esses três movimentos de afrouxamento monetário e parece ter deixado em segundo plano o risco de uma nova paralisação do governo dos EUA, cuja possível retomada está prevista para fevereiro de 2026. Diante disso, o pano de fundo noticioso ainda aponta para um enfraquecimento do dólar e para uma valorização do euro e da libra esterlina.
Ainda assim, a próxima semana se destaca do cenário habitual. Já mencionei as reuniões do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra, além da divulgação de indicadores-chave na zona do euro e no Reino Unido — todos com potencial para influenciar significativamente o sentimento do mercado. Os Estados Unidos, por sua vez, completarão esse quadro com a divulgação de dados cruciais sobre a Criação de Empregos Não Agrícolas (NFP), a taxa de desemprego e a inflação. Esses relatórios podem ser considerados ainda mais relevantes do que as reuniões do BoE, do BCE e até do Fed em conjunto. O motivo é simples: o Fed segue tomando decisões com base em dados incompletos, o BCE mantém sua postura de estabilidade, e o BoE demonstra menor sensibilidade direta à fraqueza do mercado de trabalho.
Se os dados americanos de emprego, desemprego e inflação indicarem a necessidade de mais três cortes na taxa de juros, o Fed provavelmente avançará com novas rodadas de afrouxamento monetário. Jerome Powell já deixou claro em diversas ocasiões que não se opõe a reduções adicionais, desde que a inflação continue convergindo para a meta de 2%. Um novo ciclo desinflacionário nos EUA, combinado com um mercado de trabalho em desaceleração, criaria uma base sólida para uma guinada ainda mais dovish na política monetária, dando aos participantes do mercado motivos adicionais para vender o dólar.
Por outro lado, um cenário oposto também não pode ser descartado. Caso o mercado de trabalho volte a se fortalecer e a inflação mantenha uma trajetória de alta, o Fed não teria razões para cortar os juros nem uma única vez em 2026. É verdade que a dinâmica interna do Fed pode mudar após a eventual saída de Powell, mas discutir isso agora ainda é prematuro.
Em minha visão, no horizonte de longo prazo, o dólar tende a continuar se desvalorizando. No curto prazo, porém, a próxima semana será decisiva para definir sua direção, com base no conjunto de dados macroeconômicos que será divulgado nos Estados Unidos.
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o par continua a desenvolver um segmento de tendência ascendente. As políticas de Donald Trump e a condução da política monetária do Federal Reserve permanecem fatores relevantes para a desvalorização do dólar americano no longo prazo. Os alvos do atual segmento de tendência podem se estender até a região de 1,25.
A estrutura da onda ascendente em formação começa agora a se consolidar, indicando a provável construção de uma sequência de ondas impulsivas inseridas na onda global 5. Diante desse cenário, a expectativa permanece de uma valorização do EUR/USD em direção à faixa de 1,25, conforme destacado anteriormente.
A estrutura de ondas do par GBP/USD mudou. Continuamos lidando com um segmento de tendência impulsiva ascendente, mas sua estrutura interna tornou-se mais complexa. A estrutura corretiva descendente a–b–c–d–e dentro da onda C da onda 4 parece estar concluída, assim como a própria onda 4. Se essa leitura estiver correta, o principal segmento de tendência deve retomar sua formação, com alvos iniciais nas faixas de 1,38 e 1,40.
No curto prazo, eu antecipava a formação da onda 3 ou c, com alvos próximos de 1,3280 e 1,3360, correspondentes aos níveis de retração de Fibonacci de 76,4% e 61,8%. Esses níveis já foram alcançados. A onda 3 ou c continua em desenvolvimento, e a atual sequência de ondas começa a apresentar características impulsivas. Dessa forma, é possível esperar novas altas nos preços, com alvos em torno de 1,3580 e 1,3630.